Fanfic de Eldarya inspirada pela lenda do boto cor de rosa;
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SinopseA lenda diz que há cada cem anos um Beriflore se transforma em um
humano com a maldição dos deuses e a permissão dos anjos, um ser
capaz de ter tudo em suas mãos por vinte e quatro horas e
simplesmente não se recordar de nada quando retornasse a forma
animal, mas essa mesma lenda menciona que se um Beriflore for
morto por mãos não-humanas o ciclo apenas se encerra.
DisclamierHouve uma leve distorção na história apenas para se adequar a fic;
Há spoilers de TO e NE que serão devidamente avisados nas notas
dos capítulos;
Gêneros: Aventura, Fantasia, Romance, Songfic, Amizade;
Fanfic postada no
nyah,
spirit e
AO3.
Personagens⸙
Principal > OC |Leiftan
Outros > Miiko| Karenn| Jamon| Ezarel| Mateus| Koori| Ykhar|
Demais personagens irão aparecer ao decorrer da fic
Curiosidades⸙
Em breve
Capítulos Prelúdio
"Uma única decisão pode amortizar todas as desgraças cometidas por seus desejos egoístas."— Esmael
O Aviso
Eldarya ainda mantinha seus manuscritos catalogados em uma cabana de palafita no meio da floresta, acontece que durante a criação de seu mundo, para aqueles que cometeram o sacrifício branco não lhe pareceu interessante registrar toda sua história, no entanto, Untral discordava. Discorda de cada detalhe a respeito das palavras não registradas segundo ele os descendentes de seu mundo deveriam conhecer a verdade afinal em um mundo com tantas espécies precisando de proteção seria praticamente impossível catalogar tudo.
Untral estava certo, mas suas palavras foram levadas com o vento, vento este carregado com as cinzas em cheiro de papel e madeira queimada, o pedaço do pergaminho que lhe sobrou guardava apenas uma única frase: certos híbridos não devem ser criados…[/b
Intro
Reza a lenda que há cada 100 anos anos um Beriflore se transforma em um humano com a maldição dos deuses e a permissão dos anjos, um ser capaz de ter tudo em suas mãos por vinte e quatro hora e simplesmente não se recordar de nada quando retornasse a forma humana, mas essa mesma lenda menciona que se um Beriflore for morto pelas mãos humanas o ciclo apenas retorna.
E por que isso acontece? Bom, uma vez um certo anjo entediado resolveu vir a terra mesmo com os deuses avisando que sua visita deveria ser invisível e que ele não devia se envolver com os humanos o mesmo negou, achava tão fascinante com um ser comportava diversos sentimentos enquanto ele não possuía nenhum afinal anjos são puros e devem permanecer assim para cuidar da vida dos humanos e demais seres existentes, o anjo jamais poderia esquecer:
Ele estava ali assistindo ao sacrifício das demais espécies para a criação de um novo mundo, ele estava lá quando assistiu parte da terra queimar para que Eldarya nascesse ao se desvincular das chamadas mãos dos carrascos e ambiciosos terrestres, e principalmente, ele estava lá quando assistiu aos animais de espécies nunca vistas antes se encontrarem naquela floresta.
ali ele despertou o primeiro sentimento que mais tarde seria considerado o seu pecado: o anjo despertou a curiosidade.
A Lenda.1
Foram cerca de dois séculos vivendo entre eles e os observando, até que seus olhos recaíssem em um ser incomum: ela caminhava pela floresta lentamente e de seus longos e ondulados cabelos róseos caiam folhas verdejantes seu corpo coberto por flores tapando tal nudez e seus olhos esmeraldinos como o reflexo de uma pedra de jade sobre as águas cristalinas dos lagos de Eel, ela andava graciosamente pela floresta, contemplando tudo ao seu redor até mesmo as folhas eram cheiradas com esmero, dançava com uma alegria sem fim apenas banhada pelas frestas do sol e sem perceber ele se deixou levar, as asas se recolheram e estava a centímetros da mulher desconhecida apreciando tudo com seus enormes orbes vermelhos, o perfume invadiu as vias nasais com força lhe causando um pouco de vertigem e certa dor ao peito, um cheiro tão doce que não poderia jamais pertencer a um ser humano, uma de suas penas brancas como as nuvens do céu decaiu e ele não notou, só pareceu se dar conta de que algo estava errado quando com um vacilar tropeçou em alguns galhos e folhas o que pareceu assustar a bela dama.
Ali percebera que a curiosidade foi sua sentença e por maior que fosse o despertar de suas emoções se sentiu estranhamente agradável.
E não tem precisão
Precisamos de tudo que o tempo vai nos devolver
Que nunca morra o que há de viver
Eu não sei ficar só
E não quero aprender
|Chacarera de saudade - Esteban Tavares|
A Lenda.2
"Não tenha medo, não lhe farei mal." Sussurrou e a mulher se aproximou com calma, enquanto seu corpo em coloração escura como o tom de um carvalho tingido em nuances marrom vinha cada vez mais para a luz, ela o encarava profundamente, o anjo possuía os cabelos curtos em um tons de dourado alaranjado e até mesmo rosado e avermelhado como se o sol sempre pairasse em sua cabeça o irradiando com seus mais divinos raios, seu corpo antes transparente procurava firmar e ao tocar na ponta dos dedos dela absorveu um pouco de sua cor.
"O que você é?" Até mesmo uma fala desconexa da mulher lhe inflava o peito com reações adversas, sentia o corpo suar e algo bater em seu peito e ressoar por suas veias.
"Nem mesmo eu sei o que sou."
Seus pensamentos duvidosos expostos desaguaram nas incertezas das jades que lhe encaravam e por maior que fosse o despertar de sua segunda sentença se sentiu estranhamente agradável.
Agora o anjo despertava o medo e a conformação.
Nem tive tempo pra mudar o que errei
Sei que o tempo passa e a saudade fica
Será que alguém me explica o sentido da vida?
Me aponta uma saída ou me conta um segredo?
Me ensina a crescer sem olhar pra trás e sentir medo
|Anjos de Plantão - Ivo mozart|

A imagem é só parar retratar os personagens pena que não encontrei um cabelo colorido o suficiente para o anjo.
A Lenda parte final
Conteúdo moderado indicação:+13
A Lenda parte final
Desde seu encontro com o ser que julgou ser místico o anjo não conseguia mais assumir sua forma angelical, sentia que aos poucos sua graça o deixava e mesmo assim permaneceu ali ao lado dela. Sem perceber nem ao menos entender os dias, meses e anos se passaram até que notasse seu poder ser completamente consumido por suas emoções e consequentemente seus pecados.
O anjo se apaixonou pela moça desconhecida;
O animal se apaixonou pelo homem que desconhecia a própria e atual raça.
Uma dupla inusitada que na clareira localizada praticamente no centro da floresta encontrou um novo lar.
"Deves ter um nome." Questionou-a, sentindo os fios coloridos fazerem cosquinhas em seu nariz devido ao fato de estarem deitados na relva, ela elevou um pouco o tronco colidindo com asas que apesar de secas ainda estavam ali.
"Que nome queres me dar?" Sussurrou sedutoramente, ele então traçou um parâmetro visual notando todas as suas características maravilhado e depois sorriu.
"Rosa, pois apesar dos seus olhos de jade em que tanto me perco, são seus cabelos róseos que não saem da minha mente e o seu perfume natural de flores que entranhou em meu coração."
Sorriu.
"Posso lhe dar um nome também?" Ela perguntou.
"Sinta-se a vontade."
Ela se aproximou traçando o contorno dos lábios com os dedos e ele fechou os olhos mediante o toque.
"Meu povo diria que és o próprio ¹Guaraci encarnado, lhe comprariam também a ²Aruna pelos olhos e reluzentes fios de cabelo. Então este será seu nome: Aruna, pois Guaraci pode enfurecer os deuses."
O sorriso dela era calmo e gentil assim como seu olhar que parecia transbordar um sentimento que para ele era desconhecido, ela no entanto o lia perfeitamente como se as linhas de sua pele representasse os grãos de terra que tanto contava.
"Em breve ireis embora, meu tempo aqui se excedeu e creio que os deuses estejam furiosos comigo, sabe o que sentes Aruna?"
Em nenhum momentos os olhos dela desviram da paisagem admirando e agradecendo por tudo ao seu redor.
"Sentir?"
"Sim, veja" apanhou um punhado de grama e colocou sobre as mãos deles, ficando assim vis-à-vis.
"Sentes isso?" Ele assentiu.
E em relação a mim?
"Sinto meu peito queimar." Era o mais próximo que poderia chegar, por mais que dialogasse e assistisse o amor dos outros florescer durante anos, nunca sentiu tal afeto na pele a ponto de o declarar ou até mesmo o entender. A mulher colocou uma mecha dos fios para trás e transpassou as pernas pelo quadril sentando sobre o colo e sem mais palavras tomou-lhe os lábios em um selar.
"Quente." Foi isso que ecoou na cabeça do anjo, os olhos dela no entanto pela primeira vez assumiram uma coloração diferente como se houvesse uma penumbra sobre a face luxuriosa as mãos corriam pelo peitoral do ser já não tão angelical.
"O meu povo conhece a cultura da vida e ela começa com um novo ciclo. Deixe-me te mostrar o meu ³Aysú."
Ele não a compreendia mas aceitou e assim Rosa lhe demonstrou um outra forma de amor através de seus meios sedutores. Ali compartilharam de suas paixões e dividiram bem mais do que momentos.
O anjo fora totalmente corrompido;
A moça jamais o esquecerá;
E de seus sentimentos um lindo fruto herdará a clareira, assim como seus dons e poderes.
A cada cem anos um Beriflore se transformava em um humano.
Eu tive, sim, mas sei que não tô sozinho
Eu sinto que é você que ilumina o meu caminho
Me olhando com carinho, me leva pra casa
Segura na minha mão e me abraça
Me cobre com sua asas e me livra do mal
O futuro a Deus pertence, então, nos vemos no final
À espera de um milagre, à espera de um sinal
De um beijo do Anjo Imortal
|Anjos de plantão - Ivo Mozart|
Glossário:
¹Guaraci - significa sol em tupi. Na mitologia tupi-guarani é o deus indígena do sol;
²Aruna - na mitologia hindu Aruna é a personificação do brilho avermelhado da subida do sol ao amanhecer. Significa castanho avermelhado e sua origem vem do sânscrito;
³Aysú - amor em tupi-guarani.
Info tirado do oblogdosnomes.blogspot.com
O anjo, a moça e o Animal
A mulher corria desesperadamente pela floresta, sentia o fogo se alastrar rapidamente pela clareira, o anjo não tinha forças para cessa-lo, mas jurou protegê-la com sua vida e ao sair daquela bagunça de fumaça, folhas queimadas e alguns pequenos seres da floresta feridos ficou atônita com tudo ao seu redor e mesmo desesperada ela parou, queria os ajudar de alguma forma.
"Devemos ir Rosa." O sussurro do anjo claramente confuso pelos acontecimentos deixou-a inerte, inerte o suficiente para se rebelar internamente. Sabia do perigo que correria ao se revelar, afinal de contas só deveria permanecer um dia em terra naquela aparência e ao invés disso passou tanto tempo que se perdeu, esquecendo o verdadeiro motivo por trás das leis que a deixavam manifestar tal forma e agora estava a ponto de deixar para trás mais uma dessas regras.
Ajudaria ao máximo de animais que pudesse.
"Quero que preste atenção Aruna. Você colocará o máximo de animais em minha costas entendeu?" Ele parecia sufocar com o calor sentindo as poucas penas de suas asas se encolherem.
"Aruna não temos tempo." E assim retirou algumas das flores que ficavam em volta das orelhas as tapando por completo e segundos depois de respirar profundamente assumiu a forma de um animal de pelagem levemente rosa amarronzada e olhos verdes, por suas costas estavam as flores e folhas que antes habitavam sua cabeça e corpo e apesar de maravilhado ele se apressou em recolher os animais os depositando nas costas dela e levou alguns para fora da clareira em chamas se perguntando como aquele fogo havia começado, parecia descer dos céus e ao mesmo tempo surgir da terra era confuso deixando a todos apavorados e enquanto se afastavam notaram um ser se aproximar, por instinto o anjo entrou na frente.
"Não temam, não farei mal algum há vocês, somente aqueles que machucaram a floresta." A voz cavernosa ecoou pelos ouvidos dela e o anjo o observava curioso:
A aparência de um urso de olhos vermelhos sobre duas patas com o corpo semi-coberto por pelos e uma saia em sua cintura, em seu pescoço largo um colar com uma única folha de bordo no lugar do usual pendente e em sua mão direita um grande galho com uma folha no topo. O anjo concluiu que ele era igual a mulher por quem se apaixonou.
"Meu nome é Cryllis sou o guardião dessa floresta, estou aqui para ajudar."
Foi então que ambos notaram que atrás dele vinham mais seres, não somente um "urso", como seres que pareciam descender diretamente de árvores, cogumelos gigantes e demais animais, em suas mãos portavam meios para carregar o que Aruna concluiu ser água.
"Obrigada." Ela sussurrou.
"Eu que vos agradeço." Se aproximou tirando das costas dela os animais feridos e depois das mãos dele, olhou para o canto esquerdo de onde uma mulher em tom de pele verde com mãos que pareciam galhos se aproximou.
"*Lydriel, consegues chegar até *Linfa? Ela está na parte profunda da floresta averiguando o que aconteceu." A mulher nada respondeu apenas estendeu seus galhos para que todos os feridos fossem postos ali e depois se aproximou da mesma árvore ao qual estava encostada e deixou que as raízes fluíssem levando o corpo dos feridos com calma e enquanto o olhar de todos se prendiam naquele feito Rosa aproveitou para voltar à forma humanizada.
"Quem pode ter feito tamanha maldade?" Ao ouví-la o guardião a encarou, seus olhos não expressavam fúria e nem mesmo temor, apenas pena e tristeza.
"Uma Beriflore e um anjo, me digam crianças como espécies tão distintas vieram a conviver aqui?" Os orbes vermelhos de Cryllis se concentraram nas asas desgastadas e claramente secas depois no fato dela estar em forma humana.
"Apenas vivemos." Foi a resposta dada pela mulher de fios róseos. "Sou Rosa, ele Aruna."
A fala ainda provia de erros não habituais e não acostumada ao mundo que em breve a rejeitaria.
"E o que vocês são?" Crispou as sobrancelhas.
"Aysú, ela ainda não me explicou, mas tenho certeza que significa em termos humanos que sou o par dela." Aruna comentou despreocupado e Cryllis respirou pesado.
"Crianças, as espécies não se misturam, não dessa forma. Vocês deveriam ir embora, não havia motivo para a floresta queimar."
"Acha que estão atrás de nós?" Aruna perguntou confuso.
"Obviamente."
"Mas não fizemos nada." Rosa declarou, ele voltou novamente a sentir aflição por eles.
"Entenda que para certas raças se apaixonar é proibido, um verdadeiro pecado. E olhando para vocês sei exatamente que isso ocorreu." Se sentou antes de continuar:
"Você é uma beriflore e sei dos costumes da sua raça, apesar de não concordar com eles, mas você" Apontou para o anjo "Até onde sei não deveria se meter nisso."
O anjo coçou os fios, não é como se pudesse mandar no bolor que se formava no estômago toda vez que via a beriflore ou nas palpitações que sentia, pelos menos desse conhecimento se recordava.
"E agora o quê faremos?" Perguntou.
"Fiquem na floresta profunda." Comento e ambos assentiram.
O anjo conheceu a maldade;
A Beriflore entendeu o castigo;
A criança e as leis
Dez meses se passaram desde o ocorrido em todo esse tempo a dupla corria de um lado para o outro não conseguiam passar um mês inteiro em uma parte da floresta tendo que recorrer até mesmo as cavernas para escapar das confusões que surgiam misteriosamente na natureza a última fora um blackdog que parecia estar sedento demais e o grito de dor de Rosa deixava claro que as coisas estavam para piorar, agora tudo havia mudado e o pequeno embrulho nos braços do anjo comprovava aquilo.
.
..
...
A pequena garotinha crescia em meio a floresta, sua mãe não estava mais presente, havia deixado a aparência de lado e como penitência voltou para a ilha de onde saiu ao sul das terras Fenghuang, já o anjo a cada dia se encantava mais e mais com ela. Aos cinco anos a garotinha já tinha os fios róseos tão longos e olhos tão vermelhos quanto o do anjo em sua cabeça as orelhas felpudinhas e pequenas e nas costas asas tão branquinhas que chegavam a reluzir.
Minha linda menina - O anjo pensou enquanto ela andava pela clareira agora renovada.
"Papai olha." Trazia em suas mãos uns punhados de flores - "Elas caíram do ebelo."
Ainda pronunciava algumas palavras de forma errada trazendo graça aos olhos daquele que daria a vida por ela.
"O Tio Cryllis disse que posso fazer brotar flores até no ouvido!" Ele riu.
"Por-favor *Berina não faça isso *Sy ficaria chateada." Ele tentou sorrir ao afagar a cabeça da menina e sentir flores em suas mãos.
"Você precisa ensiná-la ou acha que será aceita com facilidade? Fora que tudo que possui foi a junção dos dons de Rosa com os seus." A voz de Cryllis ecoou, ele vinha do nada na maioria das vezes verificar a floresta, mesmo a contragosto Aruna assentiu.
Era mais uma noite estrelada na clareira e ele havia posto a pequena garota de fios reluzentes entre as flores a pequena sentia as asas bater involuntariamente indicando que estava feliz e inquieta demais.
"Quero voar." Sussurrou.
"Não é tão fácil assim Berina." Comentou, no fundo não conseguia ensiná-la sobre algo que devia ser tão natural quanto se alimentar ou respirar.
"Está na hora de dormir querida." Deixou a garotinha quieta e se afastou, toda noite era o mesmo ritual: ia até a praia onde não haviam árvores e outros seres assim retirava o manto que agora usava para esconder suar verdadeira natureza, abria as asas secas e doloridas e tentava em vão voar, mas uma vez sentou na terra e puxou os próprios cabelos para trás, no entanto sentiu um vento era insuportavelmente quente até mesmo para o verão de Eldarya o deixando apreensivo.
"Cansou de brincar de casinha ingrato?" - O corpo chegou a ressoar.
"*Esmael." Sussurrou o nome daquele que em outra vida o liderava, mesmo que não recordasse de tal ato.
Te demos um agrado concedido há poucos e você não se conteve não é mesmo? Teve que se apaixonar por aquela criatura!
"Se refere a Rosa? Rosa é a criatura mais bela e feliz que conheci nesse mundo tão vasto e bonito."
O anjo imponente riu.
"E por causa dela que você vem definhando, te demos o direito há escolha e você decidiu justamente por aquilo que não podia, uma única decisão pode amortizar todas as desgraças cometidas por seus desejos egoístas!"
Dessa vez Aruna riu.
"Egoísta? Como posso ser egoísta se só desejei viver?" - Comentou.
"Um anjo não tem uma vida *Samiel, um anjo zela pelos outros. As suas ações causaram uma grande confusão. Agora há anjos na terra querendo ter vidas humanas, outros protetores querendo virar animais, ANIMAIS Samiel! Você tem noção do que é isso? Olha a confusão que você me causou!"
O anjo menor ficou confuso, afinal quem é Samiel? Esmael no entanto pareceu perceber a dúvida.
"Pelos anjos você nem sabem que é Samiel não é mesmo?" O outro assentiu.
"Deves ter sido amaldiçoado. Seu nome é Samiel." Comentou.
"Não sou Aruna." Respondeu convicto enfurecendo o maior que aos poucos vertia em suas mãos uma bolha de aparência entorpecida como se algo de dentro dela quisesse desesperadamente sair.
"Ora seu..." A conversa foi interrompida por um homem que trazia consigo alguém flutuando dentro de uma bolha protegida.
"Esmael encontrei essa criatura adormecida na clareira, foi isso que viemos matar?"
Os olhos de Aruna se arregalaram e sem pensar muito foi até a garota, tendo o corpo travado antes de alcançá-la.
"Soltem-na! Ela é só uma criança!" Esbravejou.
"Essa criatura é nefasta!" A voz daquele que a segurava ecoou e Aruna se debateu mais uma vez.
"Se acalme Aruna ninguém fará mal a essa criatura, mas ela será tirada de você. Achou mesmo que seria feliz depois de quebrar tantas regras? Você retornará para imensidão e será julgado por seus crimes." Se virou para o anjo que segurava a garota adormecida:
"Zara leve a garota daqui a grande incursão deixará essas terras e levará toda a proteção, essa menina não será bem-vinda no nosso mundo e também não ficará aqui. Deixe que os mortais lidem com ela."
Os olhos vermelhos de Aruna se arregalaram e em vão implorou para que pudesse se despedir da própria filha e foi a vez de Zara gargalhar.
"Não se preocupe, ela não se lembrará de você, porém você se recordará dela cada dia da sua vida."
Com um toque Esmael restabeleceu as asas de Aruna que respirou aliviado sentindo-se resplandecido e ao mesmo tempo fraco, sem entender por que ainda não conseguia voar, pois se o fizesse entraria em um combate com os demais a modo de recuperar Berina e simplesmente sumir desse mundo para sempre.
O anjo entendeu seu pecado;
A moça estava prestes a quebrar mais uma regra;
E a criança logo esqueceria tudo.
Glossário
Sy = mãe
Berina = variação de Betina
Lydriel é uma espécie de Hamadríade (OC)
Linfa é uma ninfa da floresta (OC)
Samiel = vento quente com níveis de umidade tendencialmente abaixo dos 10%, forte e perigoso.
Zara = flor de cerejeira

Última modificação feita por Queenhevampire (12-06-2022, às 18h54)